Vídeo da semana – Tamara Bryak e Tatiana Panaioti, “Roda Viva” (2013) – Chico Buarque ganhou sotaque russo

A bela cena final do vídeo em que a garota russa Tamara Bryak (Тома Бусинка) homenageia "Roda Viva", de Chico Buarque: suingue eslavo e um genuíno tributo à música brasileira

A bela cena final do vídeo em que as garota russas Tatiana Panaioti e Tamara Bryak homenageiam “Roda Viva”, de Chico Buarque: suingue eslavo e um genuíno tributo à música brasileira

Depois de saber dessa – e isso foi hoje/ontem -, tive que abrir uma leve exceção e publicar mais um Vídeo da semana. Acontece que uma garota russa que recentemente passou cerca de dois meses em São Paulo – no esquema do couchsurfing, mais especificamente na casa de uns amigos de uns amigos meus – resolveu, tendo conhecido um pouco melhor a produção musical brasileira dos anos 1960/1970 -, registrar, já de volta a sua terra natal, uma versão bastante particular e eslava de “Roda Viva“, de Chico Buarque (1967) (relembre aqui a original).

Apesar da relativamente previsível rigidez rítmica, a releitura conduzida por Tamara Bryak (Тома Бусинка; a tal garota russa – primeira da esquerda para a direita na primeira tomada do vídeo), duas amigas (que provavelmente também estiveram em São Paulo) e mais alguns músicos russos convidados (destacando-se o guitarrista, que caprichou na tentativa de suingue), agrada pela devoção à estatura da gema musical que resolveram homenagear. Não deixa de ser engraçado e adorável vê-las, em certas cenas mais prosaicas do vídeo, visivelmente empenhadas em render genuíno tributo a algumas das porções mais significativas e tocantes da letra matutada por Chico.

– UPDATE em 04/05: um dos amigos de uns amigos meus que hospedaram as meninas – o Alex, citado no vídeo – me explicou que apesar da participação da Tamara, quem conduziu a coisa toda foi a Tatiana Panaioti (a garota do meio, na cena de abertura), que, por sinal, é grande fã de Chico e já havia registrado uma versão de “Sem Compromisso” (de Nelson Trigueiro e Geraldo Pereira, gravada por Chico no disco Sinal Fechado, de 1974). O Alex também me disse que, segundo elas, aprender a falar português não é tão difícil para os russos, assim como também não seria para nós aprendermos o russo, por causa de similaridades nos chiados e zumbidos das palavras. “Mas é foda”, confessou, mesmo assim. Valeu, Alex!

Vale o PLAY, seja pra ver como as moças aprenderam rápido os fundamentos do português brasileiro (apesar ou exatamente por conta da divertida pronúncia de palavras como “pião”), seja pra perceber como a música brasileira (de ontem, hoje e sempre) tem potencial para encantar, seduzir e influenciar “cidadãos musicais” do mundo todo.

Um beijo carregado de latinidade e brasilidade para Tamara, Tatiana e seus comparsas! Voltem sempre! Nú zdrástvuy, mílaya!